Corrupção, um mal necessário II

Quando resolvi escrever este texto, foi com o intuito de deixar claro que não sou advogado, defensor da corrupção. Jamais!

Eu apenas quis, através de um novo escopo textual, estabelecer que a “corrupção” por mais que seja um ato de reprovação, ela é inerente a sociedade, assim como o delito ”crime”.
Cezar Roberto Bitencourt, na primeira parte de seu livro, traz a idéia de que:

“No entanto, modernamente, sustenta-se que a criminalidade é um fenômeno social moral. Durkheim afirma que o delito não ocorre somente na maioria das sociedades de uma ou outra espécie, mas sim em todas as sociedades constituídas pelo ser humano. Assim, para Durkheim, o delito não só é um fenômeno social normal, como também cumpre outra função importante, qual seja, a de manter aberto o canal de transformações de que a sociedade precisa.”

Veja caro leitor, que a definição ao qual eu tomo meu pensamento não é inovadora. Já fora estabelecida por um renomado sociólogo, escritor, pensador. Apenas trabalho sua idéia de delito concatenando à idéia de corrupção.

Em nenhum momento defendi políticos corruptos, em nenhum momento esqueci-me das pessoas com baixa instrução educacional. Pouco me importa fatores como este último. Se o povo tem o poder de escolha, e ele não sabe escolher, é porque deve aprender! E aprendemos com os erros!

Ora, deixei bem claro isso em meu texto anterior. Corrupção é crime, sendo crime é um delito, e desta forma é para mim, como para Durkheim um fenômeno social normal e que cumpre uma função importante de transformação da sociedade. Lógico, espero eu, que seja uma transformação positiva, mas aqueles que utilizam de formas ilícitas para adquirir bens, patrimônios e outros valores, devem ser devidamente autuados, julgados e condenados pelos seus crimes administrativos.

Contudo, devo frisar que não existe um modelo político livre de corrupção. O que existe, são meios de frear a má administração. Só que para mim, o melhor meio, é através do voto consciente, sem deixar de lado os denominados políticos com ficha suja. Pois eles foram necessários para nós enxergarmos os erros anteriores, e agora cabe ao eleitor mostrar sua força nas urnas. Derrotar a corrupção nas urnas, é mais digno do que colocar “panos quentes”, ou seja, proibir os candidatos corruptos de participarem.

Vencendo a corrupção na hora do voto, demonstra que a sociedade aprendeu a votar, ou seja "evoluiu". Por mais que seja uma visão ideológica por minha parte, não se pode negar que é uma visão também democrática.
Democracia é isso, escolher, seja certo ou errado. Não defendo a corrupção, defendo o livre arbítrio, a escolha que cada um faz.

Um comentário:

  1. Se eu tivesse de apontar algo em especial pra dizer pq achei o post simplesmente EXCELENTE, seria, sem dúvida, esse trecho do final:

    "Democracia é isso, escolher, seja certo ou errado. Não defendo a corrupção, defendo o livre arbítrio, a escolha que cada um faz."

    Posso garantir, sem precisar pensar duas vezes, que respeito demais teu ponto de vista e sua capacidade de defendê-lo. Tens minha admiração!

    Parabéns, e obrigado, pelo ótimo post =)

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