Corrupção, um mal necessário.

A corrupção é fruto da má escolha popular dos representantes na esfera política de um país! Começo com esta frase, um debate que pode sem dúvida alguma, trazer reprovações por parte de meus leitores quanto ao meu posicionamento.

Antes, então, de dar continuidade, devo ressaltar que tenham cautela em me julgar. Estou apenas mostrando minha visão jurídica que, necessariamente, não é uma visão majoritária. Então, caro leitor, se você tem repulsa por política, e pela fétida corrupção, peço que não leia este texto. Não quero, e nem é meu intuito deixar as pessoas espantadas, mas a política e a corrupção são necessárias e caminham juntas. Verdade seja dita, tirando as pessoas que futuramente serão beneficiadas com cargos públicos pelos seus parentes eleitos o que configura o chamado nepotismo, as demais pessoas que votam pensam em uma melhora do bairro, da cidade e do estado. Mas isso sempre tem um retrospecto negativo, à medida que vão se passando os meses e aquele candidato que supostamente teria uma boa índole é enquadrado como corrupto pela mídia ou pelo poder judiciário.

Como você se sentiria, sabendo que seu candidato, aquele que prometeu construir um hospital modelo para o país, com baixo custo, digamos, 10.000 milhões de reais, com matéria prima brasileira, utilizou o dinheiro destinado ao bem comum para uso próprio reembolsando cada centavo? Revoltante! Não?! Sim, concordo. Mas seria mais revoltante ainda, eu dizer que isso é necessário! Concorda, caro leitor?

Eis aqui nesse exemplo de corrupção a existência de um desvio de finalidade. A finalidade de um ato administrativo, como podemos bem entender no pensamento de Celso Antônio Bandeira de Mello, “é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato”. No caso, é a melhoria em infra-estrutura para a saúde das pessoas. Vemos que isso não ocorreu, pois o exemplo mostra que o político reembolsou o dinheiro. É nesse ponto que ataco a ferida da sociedade. Não me chame de advogado da corrupção. Estou apenas mostrando que a corrupção é inerente a política e, se existem erros, devemos aprender com eles. Se existem políticos corruptos é porque “nós”, o povo, estamos coniventes com a sua existência. Pois, como está previsto na Constituição brasileira, em seu artigo primeiro, parágrafo único:

“Todo o poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

Sendo assim, veja que, a titularidade do poder é do povo. E se tem alguém realmente culpado pela corrupção no Estado Brasil, é o povo! O povo tem aquilo que merece diante das suas escolhas. Porque se você escolhe mal um representante, seja ele Vereador ou Presidente da República, deve assumir o erro do voto. E se está insatisfeito, deve precaver-se e na próxima eleição e votar com mais consciência. O voto consciente é a maneira mais sensata e certa para evolução política de um país. Mas, como fazer isso com tantos candidatos corruptos?

Há pouco tempo, surgiu uma lista, que visa colher assinaturas da população, com o intuito de proibir que candidatos de ficha suja participem de eleições. Ora, isso sim é uma afronta a democracia! E se alguém quiser votar em um candidato que seja corrupto? O eleitor tem o direito de escolher se quer o corrupto ou o correto. Não podemos de maneira alguma diminuir a quantidade de candidatos, não é desta maneira que se combate a corrupção. Isso porque, se “A”; “B”; “C” e “D” votam para “E” governar, e eles tem consciência que “E” não tem caráter, boa índole, por mais que depois eles não queiram “E” no poder, a escolha já foi tomada. Temos ai à escolha, o mal, à vontade! Que deve permanecer para o bem da sociedade. O eleitorado deve enxergar a sua escolha, comparar os pontos ruins e os pontos bons de seus candidatos.

Quanto à minha posição no que tange a proibição de candidatos de ficha suja em se candidatar para cargos políticos, digo que sou contra. Assim como um pai não pode esconder do filho as coisas do mundo terreno, porque são necessárias para a evolução da criança, não podemos proibir que candidatos de ficha suja não participem das eleições. O mal existente no mundo é visivelmente necessário para evoluirmos. Devemos, sim, combatê-lo para um Estado mais justo. Mas, não se combate o mal escondendo-o. Colocar panos quentes, ou seja, proibir os candidatos que, supostamente, são corruptos, é esconder o erro do povo na sua escolha eleitoral, e desta forma, não dar oportunidade para evoluir o pensamento e a sociedade.

11 comentários:

  1. Já dizia Machado de Assís para não nos apegarmos à ideias fixas.Não me classifico como entendedora política,não estudo direito muito menos entendo de leis.Contudo,acredito que por ser este um artigo publicado em rede pública,seja cabivel um comentário, mesmo que tal, parta de um leigo no assunto.O faço portanto, afinal o tema do artigo envolve a crítica sobre a percepção da população frente a escolha de seus representates no estado.
    Lanço portanto um exemplo, caro publicante:
    Se parartes na estrada entre Janauba e Montes Claros e entrares canavial à dentro encontrará casas,água encanada,energía elétrica e obviamente pessoas,que é claro têm direito ao voto.Você poderá discutir o clima,religião e até mesmo como se fazer uma boa cachaça de abacaxi, mas quando lançado o assunto "política",é claro que com exceções,escutará de fulana, por exemplo, que o candidato cicrano é bonito e que portantoseu voto irá para ele.
    Ao culpar a população pela suas escolhas e ao se posicionar contra a nova medida em xeque,esqueces de que talvez política,para muita gente seja como discutir "Teoría da relatividade" com uma criança de 5 anos.Excluistes a possibilidade de que, nem todo eleitorado tem entendimento e maturidade para "enxergar a sua escolha, comparar os pontos ruins e os pontos bons de seus candidatos".
    Mesmo que, como você mencionou, a medida seja não mais que uma espécie de "pano quente" totalmente antidemocrática,medidas do gênero podem ser úteis.Antes de sermos tão duros com a população,devemos buscar primeiro a educação, a concientização de grande parte dela e para esse fim, é nescessário um governo justo e neste caso, os chamados "panos quentes",podem se transformar no primeiro passo para isso e para a ideal de quem sabe,uma democracía.
    (Não se mantem alguem no topo se não existem "tolos",o governo não quer uma maioria ativa em se tratando de questões políticas,caso contrário,Direito seria matéria obrigatória nas escolas).

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  2. (com o perdão da não acentuação ou de seu uso exagerado, é tudo culpa do Vista! ahuuhauha)

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  3. Realmente polêmica demais a postura que assumes no texto. Mas devo dizer que, sem dúvida, termino por concordar com ela. Tens razão: o poder dos políticos é, na verdade, o poder do povo sendo manifestado - e cabe, portanto, a ele encontrar meios de lidar com isso ao invés de agir como se fosse isento da responsabilidade inerente à toda a questão. Excelente post. Parabéns!

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  4. Ele não está falando de pessoas com baixa instrução para entender o que é bom e o que é ruim. Isso pouca importa para a posição do autor do blog! Ele quer deixar claro que a corrupção é necessária para evolução, independente de quem vota ou não vota. Isso que entendi! Gostei do texto, abre a mente das pessoas para visões novas.

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  5. Alessandro-MG (add no twitter)
    Corrupção é necessária para a evolução quando a população é ciente. Caso contrário, na minha concepção, é uma forma de estagnação, exemplo do que acontece hoje e acredito que seja isso o que a autora do comentário anônimo tenta exprimir e não simplesmente contradizer o que o Arthur coloca.

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  6. Discordo um pouco de você Alessandro-MG, Não sei se é correto pensar que a corrupção é necessária, mas ela nao precisar esatar ciente na população!
    Currupção é algo errado, mas tem seu lado de evolução, apesar de eu ainda assim discordar...

    beijos para todos vocês!

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  7. é a política do rouba mas faz. Entretanto,atualmente o governo rouba, pratica toda a sorte de falcatruas e nada faz. muita corrupção.

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    1. Temos que evoluir nossos pensamentos políticos, devemos buscar saídas e formar de combater, mas devemos aceitar a presença da corrupção para evoluir também.

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  8. Meu caro, e quanto ao princípio constitucional de moralidade das candidaturas elencado no artigo 14, parágrafo 9, da Constituição Federal? Não seria tal princípio uma espécie de freio para as candidaturas imorais, nas quais os fichas sujas se encontram? Ou você ainda se encontra estagnado naquele período em que as normas constitucionais não tinha tanta força normativa? Creio que antes de sair escrevendo coisas na internet baseada nos seus achismos, o senhor deveria estudar um pouco mais sobre democracia, ler Paulo Bonavides etc.

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    1. Em resposta ao anônimo de 7 de setembro de 2012 às 09:27.

      Quando escrevi esse texto sabia das críticas que viriam a tona. Acredito que o Sr. anônimo não teve a capacidade de entender ainda que o mundo é baseado de opiniões e indagações. É um texto de opinião, o que não necessariamente será a mesma que a sua ou de outra pessoa. Não estou criticando aqui a validade de lei, projeto de lei, ou princípios que asseguram, ou melhor, freiam candidatos que possuem ficha suja como o Sr. mesmo disse.
      Acredito, caro anônimo e leitor de meu blog, que o Sr. deveria entender que somos também livres para expressar nossas opiniões. Não estou formando aqui pensamento doutrinário, e muito menos seria minha intenção faze-lo. Jamais teria coragem de dizer que uma norma constitucional não é dotada de força normativa, mesmo porque, a Constituição da República é sem sombra de dúvida a lei máxima, que deve ser apreciada em primeiro plano e jamais em segundo. A análise feita por mim, vai além de uma compreensão jurídica e política, visto que adoto como base a filosofia sobre o entendimento que evoluímos com os erros, e esses erros devem sempre acontecer para buscarmos a perfeição de algo que pode ser considerado utópico. No mais agradeço pelas críticas e pela dica de leitura de um excelente doutrinador que é Paulo Bonavides. Mas reitero aqui o meu pedido para que o Sr. anônimo entenda que somos livres em opiniões e pensamentos, e jamais teria coragem de dizer que minhas palavras são únicas e certas, pelo simples fato de ser opinião.

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  9. Em resposta ao anônimo de 7 de setembro de 2012 às 09:27.

    Quando escrevi esse texto sabia das críticas que viriam a tona. Acredito que o Sr. anônimo não teve a capacidade de entender ainda que o mundo é baseado de opiniões e indagações. É um texto de opinião, o que não necessariamente será a mesma que a sua ou de outra pessoa. Não estou criticando aqui a validade de lei, projeto de lei, ou princípios que asseguram, ou melhor, freiam candidatos que possuem ficha suja como o Sr. mesmo disse.
    Acredito, caro anônimo e leitor de meu blog, que o Sr. deveria entender que somos também livres para expressar nossas opiniões. Não estou formando aqui pensamento doutrinário, e muito menos seria minha intenção faze-lo. Jamais teria coragem de dizer que uma norma constitucional não é dotada de força normativa, mesmo porque, a Constituição da República é sem sombra de dúvida a lei máxima, que deve ser apreciada em primeiro plano e jamais em segundo. A análise feita por mim, vai além de uma compreensão jurídica e política, visto que adoto como base a filosofia sobre o entendimento que evoluímos com os erros, e esses erros devem sempre acontecer para buscarmos a perfeição de algo que pode ser considerado utópico. No mais agradeço pelas críticas e pela dica de leitura de um excelente doutrinador que é Paulo Bonavides. Mas reitero aqui o meu pedido para que o Sr. anônimo entenda que somos livres em opiniões e pensamentos, e jamais teria coragem de dizer que minhas palavras são únicas e certas, pelo simples fato de ser opinião.

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